O lema proposto pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) para a Campanha da Fraternidade de 2012 – “QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A TERRA” (Cf. Eclo. 38,8) é oportuno e primordial, pois esta atrelada à vida do ser humano que jaz moribunda.
A quantidade de pessoas enfermas, sofredoras por esse Brasil que perambulam pelos hospitais públicos e são mal socorridas (ou muitas vezes deixadas de ser), são alarmantes e, deveras preocupantes. Fato este que mobilizou a Igreja para essa temática.
“A Igreja deseja sensibilizar a todos sobre a dura realidade de irmãs e irmãos que não têm acesso à assistência de Saúde Pública condizente com sua suas necessidades e dignidade. A conversão pede que as estruturas morte sejam transformadas”.
O evento da Campanha terá início na Quarta-Feira de Cinzas e se estenderá por todo o período da Quaresma.
O Hino da Campanha da Fraternidade do próximo ano faz uma incursão ao mundo sombrio das idas e vindas, das esperas e demoras nas longas filas do cotidiano duríssimo que é a realidade da saúde pública brasileira. Isso porque é um Direito Social garantido pela Carta Magna (art. 196, CF), não uma fantasia, um objeto de decoração, enfeite, tão pouco letra morta:
Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080/90) - é responsabilidade do Estado a assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica, garantindo a população acesso aos serviços e ações de saúde, sem privilégios de qualquer espécie.
“A saúde diz respeito à qualidade de vida, escopo de TODO CIDADÃO, no exercício de seus direitos”. O APELO da Campanha da Fraternidade 2.012 é a conscientização que o direito à saúde se estende a TODOS OS BRASILEIROS de maneira equânime e justa. Ainda, em nosso país, isso NÃO ocorre.
O cristão deve estar atento para isso, mesmo que NÃO dependa do SUS. Os menos favorecidos economicamente deve ter escopo na Lei e que esta não vire motivo de desonra, piada ou descrença. Há que se LUTAR por uma boa causa.
No entanto, não escrevo como mera espectadora. Eu também sou usuária do Sistema único de Saúde. Sinto, como se diz, “na pele”, as deficiências do Sistema e o que funciona.
A CNBB trouxe o tema da saúde pública neste momento propício para debatermos, em sociedade, os problemas que o povo brasileiro enfrenta diariamente e, chegarmos a um denominador comum para amenizarmos a dor dos desvalidos, propagar uma vida mais saudável com o objetivo de termos uma política igualitária, sem corrupção, sem injustiças (pode parecer utópico, porém, NÃO É), sem prevalecer a uns em detrimento de outros, menos providos pela “sorte”.
Há que se fazer valer o Evangelho de Jesus Cristo e sermos cristãos de verdade. Quando vemos de perto a dor e o sofrimento de um ser humano e temos compaixão e solidariedade para com sua dor e fazemos algo para mudar essa questão, acredito, o céu se realiza aqui neste mundo. Do contrário, se não for para socorrermos o irmão que sofre, nem adianta acordarmos pela manhã.
Faço das palavras de Marthin Luther King, pastor negro americano assassinado em 1963, as minhas: “Não tenho medo do grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. Tenho medo é o silêncio dos bons."
Portanto, é urgentíssimo “QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A TERRA” (Cf. Eclo 38,8).
Érika do Amaral Mello Bonato - PASCOM
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