Foi uma decisão tomada por todos os interessados, desde o nosso Pároco à própria Comunidade. Não foi fácil deixar para trás mais de 70 anos de história, construída através de muitas fases vividas pelo Bairro. É difícil para cada um de nós, católicos moradores do bairro, contarmos nossas histórias sem, invariavelmente, mencionarmos a “Capelinha”.
Mas, como diz o ditado, a vida é feita de ciclos e, uma hora ou outra, eles se encerram. E foi, justamente, o que aconteceu com o uso da Capela. Por ser uma construção de mais de 70 anos, as avarias civis, elétricas e hidráulicas eram muitas, sendo que estes foram os motivos preponderantes no momento da tomada da decisão da devolução das chaves, pois, toda a contribuição arrecada pelas coletas, dízimos, festas, bingos já não se faziam mais suficientes para os consertos necessários.
A partir disso, a idéia de buscarmos um lugar que fosse nosso amadureceu. O problema era a questão da forte ligação e verdadeira “veneração” que todos possuíam pelo local. Mas, como cremos na Providência Divina, nosso querido Pe. Alvarino soube trabalhar a situação e mostrar, com um grande esforço, temos que reconhecer, que o melhor a ser feito era sair e ir atrás da compra de um terreno, uma casa, enfim, o NOSSO espaço. Assim, dia 31/12/2009, foi o último dia em que utilizamos o espaço da Capela para atividades.
Muito bem! Decisão tomada, comunidade convencida, era chegada a hora do mais difícil: iniciar as negociações para encontrar uma nova área. Estas negociações, aliás, estão ocorrendo até hoje, pois, são poucos os terrenos existentes no bairro. Com o retorno de nosso pároco as suas atividades, cremos que, em breve, teremos uma definição quanto ao caso.
Mas, independentemente das negociações, as atividades litúrgicas não podem parar na Comunidade. No momento, estamos celebrando a Santa Missa no Centro Comunitário do bairro, local onde também será realizada a grande e tradicional Festa de São Pedro, no intuito de não deixarmos morrer esse evento que será realizado pela 70ª vez.
Essa mudança toda vem gerando bons frutos, pois, percebemos uma participação mais forte da comunidade nas Missas e na discussão dos rumos a serem tomados. Traçando um paralelo com o texto bíblico, estamos vivendo o nosso êxodo, buscando encontrar a nossa “terra prometida” e, por isso, pedimos ao Espírito Santo que ilumine os pensamentos e ações do nosso pároco, para que, como Moisés, nos conduza com sabedoria por estes novos caminhos.
Autor: Antonio Carlos Colletti Junior